O que se pode fazer?
(Quando o adulto escuta o conto com a criança pela primeira vez…)
Observar as expressões e reações da criança.
Inserir pausas e realizar comentários quando achar que a criança está com dificuldades para acompanhar ou quando perde o interesse.
Atender e responder às perguntas da criança, personalizando de acordo com seus interesses e necessidades.
Como se pode fazê-lo?
1. Comentando:
A) Explicando através de palavras a imagem mental que se está construindo da situação.
Ex: “Deve ser muito pequenina, se mora num vaso de flores e é amiga de uma minhoca”.
B) Descrevendo a situação:
Ex: “Achava que havia encontrado a receita da felicidade, mas não”.
C) Dando nome aos sentimentos e reações:
Ex: “Que desilusão que ela teve!”
D) Resumindo:
Ex: “Depois de procurar o livro e de perguntar a todos, ela vai elaborar a sua própria receita.”
E) Resumindo:
Ex: “Risadas cheias de melancia, em um abraço de algodão. Humm, que bom e que doce deve estar!”
2. Respondendo:
A) Esclarecendo o significado de uma palavra ou de um grupo de palavras que expressam um significado.
-
À pergunta O que quer dizer?,
-
responder com Um tipo de…;
-
uma maneira de… ; diz-se quando…
Ex:
- Criança: Minhoca? O que é uma minhoca?
Adulto (1): As minhocas são vermes que têm forma redonda, são compridos e com anéis.
Adulto (2): Como um verme, mas não tenho certeza se existe outra forma de dizer verme ou se é um animal diferente. Depois pesquisamos!.
- (se não souber, pode-se tomar nota e procurar a resposta conjuntamente depois)
3. Reformulando a pergunta para que a criança possa responder a si mesma:
A) Incitando a esperar se o próprio conto dá a resposta.
Ex:
- Criança: Por que ela estava tão feliz?
Adulto: Vamos ver um pouco mais, para ver se explicam…
Adulto: Ah! Sim! Viu só? Ela estava feliz porque tinha a visita de sua…
- Criança: Amiga.
B) Induzindo a fazer hipóteses.
Ex:
- Criança: Por que diz com o coração na boca? Que coração?
Adulto: O seu coração. É uma maneira de dizer. O que você acha que quer dizer?
O que se pode fazer?
(Quando se realizem as seguintes leituras…)
Comentar as imagens do conto.
Consultar o texto A análise das imagens.
Como se pode fazê-lo?
1. Comentando:
A) A forma e o estilo em si.
Ex: “Que bonito, com tantos detalhes: quadros, livros, vasos, frascos, fogões…”
B) A relação com o texto.
Ex: “O que mostram esses retratos? Devem ser da prima e da vovó.”
C) A imagem representa:
- Elementos anunciados no texto da página anterior.
Ex: “Está na cozinha, com fogões, frascos e garrafas.”
- Atividades do texto da página corrente.
Ex: “Fala com a minhoca que mete a cabeça na janela e mostra com a mão os retratos colocados na parede que representam algumas das personagens nomeadas no texto.”
- Antecipa possibilidades para a página seguinte.
Ex: Na cozinha tem muitos livros. Poderá consultar a receita?
A personagem de Mandrágora é claramente identificável por seu cabelo negro, seu penacho de folhas na cabeça e o vestido verde. Podemos verificar que o vestido não é o mesmo ao longo do texto, porém tem sempre tons e formas de vegetais. Tulipa invertida, campanilha invertida…
O que se pode fazer?
(Quando escutamos o mesmo conto várias vezes, em dias seguidos…)
Atentar aos gestos, vozes e expressões do narrador.
Consultar o vídeo A análise dos gestos.
Como se pode fazê-lo?
1. Comentando:
A) Expressões do rosto (boca, olhos, sobrancelhas).
Ex: “Observe como faz cara de surpresa: abre totalmente os olhos e a boca, levantando as sobrancelhas.”
B) Gestos (mãos, cabeça, corpo).
Ex: Olha! Esfrega os dedos para dizer que o faz muuuito depressa.
C) Vozes para cada uma das personagens e para o narrador.
Ex: Que voz tão aguda e nasal que faz a bruxinha!
2. Fazendo imitações:
A) O adulto imita a voz, as expressões e os gestos do narrador.
B) Propõe-se à criança que imitem alguma parte juntos.
Ex: Adulto: Começou a misturar, acrescentar, bater e agitar.
3. Propondo que a criança invente novas vozes:
Ex:
- Adulto: E uma nuvem? Que voz poderia ter uma nuvem?
Criança: Ooo que voo-cê queee-er?
Adulto: Haha… Como se tivesse muito ar dentro da boca!
O que se pode fazer?
(Quando escutamos o mesmo conto várias vezes, em dias seguidos…)
Memorizar e recitar alguns trechos junto com o narrador.
Como se pode fazê-lo?
Propondo alguns trechos que, por sua sonoridade, repetição ou rima, podem ser mais atrativos e fáceis de recordar.
Ex:
- Circe é a amiga da prima da avó da minha tia.
- Bom dia, Senhor Sol! O Senhor que ilumina e esquenta a terra, poderia me dizer qual é a receita da felicidade?”
- Senhora Montanha, a senhora poderia me dar a receita da felicidade?
- Ouça grande Río! Você poderia me dizer qual é a receita da felicidade?”
- Misture caramelos de alegria, raspas de limão, sorrisos cheios de melancia em um abraço de algodão.
O que se pode fazer?
(O que diz e o que quer dizer?)
Distinguir entre sentido literal e sentido figurado.
Como se pode fazê-lo?
1. Propor a interpretação de algumas das frases feitas do conto.
Ex: “Perder a cabeça”; “Arregalar os olhos”; etc.
2. Ler a frase feita em seu contexto.
Ex: “Uma bruxa muito simpática que perde a cabeça por uma boa sobremesa”.
3. Perguntar: O que diz?
Ex: “Perde a cabeça”.
- Perguntar pela interpretação literal:
Ex: “Perdeu a cabeça de verdade e não sabe onde está?”
- Perguntar o que quer dizer.
Ex: “Que não pode pensar, que perde o controle”.
4. Desenhar – O que diz?
- Escrever – O que diz? E o que quer dizer?
O que se pode fazer?
Procurar todas as frases feitas do conto e classificá-las segundo a parte do corpo a que fazem referência.
Como se pode fazê-lo?
1. Distribuir frases escritas (em etiquetas) em que o nome da parte do corpo fique ressaltada.
Ex:
Com o coração na boca.
Dar com o nariz na porta.
Falar pelos cotovelos.
Perder a cabeça.
Olhar para o próprio umbigo.
Pisando em ovos.
Dar uma mão.
2. Localizar em um desenho do corpo humano a parte do corpo a que se refere.
3. Pensar e perguntar à família outras frases feitas que façam referência a alguma parte do corpo humano.
O que se pode fazer?
(A similitude de forma ou função nas frases feitas.)
Atender à similitude entre as características do elemento que se nomeia e o que se quer dizer.
Como se pode fazê-lo?
1. Apresentar frases feitas que façam parte do conto (e outras) que utilizem a similitude para criar uma imagem explicativa:
Ex: “Arregalar os olhos”; “Pisar em ovos”; etc.
2. Perguntar: Como são?; Por que diz?; etc.
3. Procurar critérios de similitude:
Ex: “Os olhos estão enormes, redondos e muito abertos“; “Ovos são muito frágeis“; etc.
4. Inventar possíveis expressões novas que cumpram o critério.
Ex: “Olhos como bolas”; “Pisar em porcelana”; etc.
O que se pode fazer?
Buscar signos, símbolos e desenhos em revistas em quadrinhos (as revistas em quadrinhos também usam similitudes e metáforas).
Como se pode fazê-lo?
1. Olhar algumas revistas em quadrinhos.
2. Ver se há significados que se expressam por meio de símbolos.
3. Mostrar exemplos.
Ex:
Quando pensam.
Quando falam baixo.
Quando falam normalmente.
Uma poesia.
Quando o escritor fala. Quando muitas pessoas falam.
Quando gritam.
4. Propor às crianças que desenhem:
- 1. Os animais como representação dos palavrões.
- 2. A forma dos balões como representação de diferentes atividades linguísticas: pensar, dizer, gritar, etc.
- 3. Os símbolos como substituição do que acontece.
O que se pode fazer?
Atentar aos gestos que representam a realidade (icônicos) e aos gestos culturalmente construídos (símbolos).
Como se pode fazê-lo?
1. Atentar aos gestos da narradora e perguntar:
Como ela faz quando…
…imita a fala do rio?
…diz “debaixo”?
…diz “adeus”?
…enumera ações?
2. Pedir às crianças que pensem em gestos que todo o mundo conhece e entende.
3. Gesticular e nomear o significado. O adulto dá o modelo:
“Isto é o que fazemos para dizer adeus”, e pede à criança que o faça com gestos que signifiquem coisas diferentes.
O adulto faz duas listas com o que a criança diz:
- 1. Uma com gestos que todo o mundo conhece.
- 2. Outra com gestos que se inventam em cada ocasião para acompanhar.
- (Se possível, fazer fotografias ou vídeos.)
Ex:
“Enumera com os dedos”.
“Ouça você!” (gritar)
“Num passe de mágica”.
O que se pode fazer?
Escolher e relacionar frases com interlocutores e intenções (quem e quando dizem?).
Como se pode fazê-lo?
1. Apresentar desenhos de personagens com balão de fala para colocar no texto.
2. Oferecer frases feitas que caibam nos balões.
Ex: “Falar pelos cotovelos”; “Soltar fogo pela boca”; etc.
3. As crianças põem as frases nas vinhetas e depois têm que contar ao adulto uma história que complete as seguintes perguntas:
Ex:
Quem disse?
A quem disse?
Quando disse?
O que tinha acontecido?
Disse com que intenção?
O que se pode fazer?
Responder a uma pergunta com várias alternativas sobre a interpretação do texto.
Como se pode fazê-lo?
1. Apresentar o que diz o texto…
- a) Uma manhã Mandrágora se levantou muito contente, e num piscar de olhos organizou seu quarto e logo desceu para a cozinha.
- b) Circe é a amiga da prima da avó de minha tia, uma bruxa muito simpática que perde a cabeça por uma boa sobremesa.
- c) Mandrágora ficou de boca aberta.
- d) E assim, num passe de mágica, começou a misturar, acrescentar, bater e emulsionar.
- e) E arregalando os olhos.
- f) Mas, oooh!, supresa, lhe haviam pregado uma peça.
2. … e perguntar:
- a) Mandrágora arrumou o quarto rápido, com cuidado ou lentamente?
- b) Circe gosta ou não gosta de sobremesas?
- c) Mandrágora ficou com a boca aberta porque se impressionou com o que viu no livro ou porque estava com fome?
- d) Por que como num passe de mágica? Por que o fez muito rápido ou por que era uma artista?
- e) Abriu os olhos ou arregalou os olhos?
- f) Por que lhe haviam pregado uma peça? Por que tinha sido enganada ou por que lhe haviam pregado algo ao seu corpo?