O que e o onde

A professora propõe aos alunos que encontrem um objeto escondido. As crianças de 5 anos têm que “adivinhar o que é”, a partir das pistas ouvidas, e localizar “onde está escondido”, a partir das orientações espaciais. Depois, desenham as ações que realizaram para encontrar o objeto.

Nestes desenhos se pode apreciar a organização do conhecimento espacial e da representação gráfica, gestual e linguística. O significado dos elementos desenhados, por exemplo dar passos, pode corresponder às ordens de “siga em frente” ou “gire”, acompanhadas por gestos dêiticos que indicam a direção.

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O desenho representa:
a menina Paula (agente da ação), que encontrou gelat (sorvete em catalão – com desenho e escrita), o caminho (com flechas) e onde o encontrou (no berço, com um desenho). Algo como um enunciado: “Paula encontrou o sorvete no berço” ou “Paula procurou isso ali”.

Adulto (A): Querem saber o que eu escondi?

Crianças (C): Siiim…

A: Darei pistas para que saibam o que é: é uma coisa que se pode comer, de forma alongada, como um cone. Tem coisas por cima de muitas cores e muitos doces. É macio e se pode comer com uma parte do rosto.

C: Já sei, é um sorvete!

A: Querem saber onde o escondi?

Crianças (C): Siiim…

A: Vamos ver! Paula, vá caminhando para frente até a lousa, agora gire para a esquerda e caminhe reto até a janela, agora vá direto até o berço e embaixo do lençol você encontrará a coisa.

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O desenho representa:
a menina (agente da ação), o objeto (com desenho e texto) e o caminho (com flechas).

Adulto (A): Querem saber o que eu escondi?

Crianças (C): Siiim…

A: Darei pistas para que saibam o que é: é um animal, tem carapaça sobre seu corpo e caminha pelo solo.

C: Uma tartaruga!

A: Querem saber onde a escondemos?

Crianças (N): Siiim…

A: Vamos ver!
Marina, caminhe para frente, até chegar à ponta da mesa, gire para esquerda, gire até a janela.

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O desenho representa o agente e o objeto (tamanho maior) e o caminho e a localização (tamanho menor).

Adulto (A): Querem saber o que eu escondi?

Crianças (C): Siiim…

A: Darei pistas para que saibam o que é: é uma parte do corpo que fica embaixo. Tem dedos; temos dois.

C: O pé!

A: Querem saber onde o escondemos?

Crianças (N): Siiim…

A: Geraldo, dê uns passos para frente até chegar onde o Mateus está, vire para a esquerda até a janela, agora para a direita até o computador, embaixo do computador.

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O desenho representa o agente (desenho) e o objeto (texto e desenho) e o caminho com flechas.

Adulto (A): Querem saber o que eu escondi?

Crianças (N): Siiim…

A: Darei pistas para que saibam o que é: tem forma de garrafa e se pode beber. É muito doce e de cor marrom.

A: Querem saber onde o escondemos?

Crianças (N): Siiim…

A: Vamos ver! Orlando, dê cinco passos para frente, gire para esquerda e olhe para a frente, dentro do armário à direita você encontrará um cubo azul e dentro do cubo encontrará o objeto.

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O agente representa o objeto (tamanho maior, desenho e texto) e o caminho com setas.

Adulto (A): Querem saber o que eu escondi?

Crianças (N): Siiim…

A: Darei pistas para que saibam o que é: tem a forma de um animal do mar e pode nadar.

A: Querem saber onde o escondemos?

Crianças (N): Siiim…

A: Paulo, dê cinco passos em frente, gire para a esquerda, olhe em frente e dê mais seis passos em frente, agora olhe para a esquerda e dentro do armário à direita você encontrará um cubo azul e dentro do cubo está o objeto.

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Desenhar o caminho de casa à escola implica usar um recurso de tipo gráfico espacial para representar um conteúdo análogo: elementos e relações também espaciais. Isso inclui o conhecimento conceitual (o que existe no caminho) e o conhecimento procedimental (como organizar as sequências de ações para chegar ao destino).

A representação gráfica da rota se decompõe em: pontos de saída e de chegada, trajeto, direção e pontos de referência no caminho. Os pontos de saída, de chegada e de referência podem ser desenhados ou indicados com a escrita. O trajeto pode ser descrito com formas de T, de L ou de S, em linhas simples ou duplas e curvas. A direção pode ser indicada com flechas.

Além das sequências de ações, do tipo dobrar a direita, seguir reto, etc., pode-se incluir uma avaliação da distância. Este tipo de representação pode começar a ser realizada desde os cinco anos, como mostram as produções que analisamos (de crianças de cinco anos, da Escola Lavinia de Barcelona).

Desde os cinco anos, as crianças podem prestar atenção no caminho, nos pontos de partida e chegada e nos marcos e pontos de referência próximos (por exemplo, lojas do trajeto).

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Pontos de partida e de chegada: desenho de uma menina e do edifício da escola.

Direção: indicada por flechas que organizam o percurso.

Trajetória: quatro caminhos retos, de linhas simples orientadas pelas flechas.

Pontos de referência: com etiquetas de estabelecimentos comerciais.

Direção do desenho: da esquerda para a direita.

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Pontos de partida e ponto de chegada: uma casa e a escola.

Direção: com flechas que organizam o percurso.

Trajetória: com caminhos retos de linha dupla e uma intersecção.

Pontos de referência: com lojas, animais, árvores da praça e um nome de rua. O desenho é o que se conhece como “realismo intelectual”: elementos projetados sobre o caminho, como se fossem vistos de cima.

Direção do desenho: da direita para a esquerda.

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Pontos de partida e de chegada: com dois edifícios.

Direção: perspectiva vertical ou perpendicular, indicação da direção do trânsito nas ruas, carros e de um semáforo.

Trajetória: com caminhos indicados com linhas e manchas verdes.

Pontos de referência: procedimento a realizar no trajeto – prestar atenção na direção do trânsito e nos semáforos ao atravessar as ruas.

Direção do desenho: de baixo para cima.

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Pontos de partida e de chegada: com dois edifícios.

Direção do caminho: desenho do percurso de tipo frontal. Os edifícios e as árvores ao fundo, veem-se as faixas zebradas e os semáforos.

Trajetória: com linhas duplas e o resultado é pictórico, incluindo crianças, sol e nuvens.

Pontos de referência: árvores, edifícios e parque no caminho, desenho com “realismo intelectual”.

Direção do desenho: da esquerda para a direita.

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Não desenha o itinerário, e sim os lugares e quatro pontos de referência: o trajeto, o semáforo, as árvores e a escola, quer dizer o que se encontra nos lugares por onde passa.

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Pontos de partida e de chegada: com desenho de si mesmo e escrita.

Direção e trajetória do caminho: com flechas que organizam a direção.

Pontos de referência: as lojas e o semáforo com desenhos e escrita.

Direção do desenho: de baixo para cima.

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Uma vez que as crianças tenham desenhado o percurso, podem explicar o esboço de sua rota e assim poderemos observar as relações entre o gráfico e o discurso.

A informação que será dada relaciona-se com o aspecto procedimental do itinerário e inclui a ordem sequencial do caminho e as decisões adotadas. Além disso, serão mencionados os pontos de referência de acordo com as propriedades, estrutura, importância social ou função simbólica de tais referências.

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