O que se pode fazer?
O que se pode fazer da primeira vez que o adulto lê o conto para a criança?
Ler o título e fazer alguma pergunta de antecipação.
Ler devagar e com entonação.
Dar tempo para observar as caras e reações da criança.
Resumir a página ou o trecho lido até o momento, quando pareça necessário.
Inserir pausas e realizar comentários quando se interpreta que a criança tem dificuldade para acompanhar ou perde interesse.
Atentar para as perguntas da criança e respondê-las, personalizando de acordo com as necessidades.
Comentar imagens do conto.
Como se pode fazê-lo?
1- Realizando perguntas de antecipação:
Ex: “Os dois irmãos. O que vai acontecer com eles? Vamos ver” – dar tempo para que imaginem o conteúdo.
Ex: “As senhoras? Quem serão essas senhoras?”
2- Resumindo:
“Então Felipe e Marcos voltam da escola em um dia frio.”
3- Fazendo comentários sobre:
O caráter dos irmãos:
“Como Marcos é organizado! “
Os sentimentos:
“Pobre Marcos, estava muito aborrecido.”
Relação entre pensamentos e sentimentos.
“Olha! Os pensamentos não o deixavam avançar, parece que não estava satisfeito consigo mesmo.”
4- Respondendo:
Esclarecendo o significado de uma palavra ou locução.
À pergunta:
O que quer dizer?
Se pode responder com:
um tipo de…; uma maneira de…; se diz quando…; é o que…
(se não se sabe a resposta, pode-se anotar e buscar conjuntamente mais tarde).
Ex.:
Criança: O que quer dizer “arrogância”?
Pais: É como petulância. O contrário de “humildade”.
Reformulando a pergunta para que a própria criança possa respondê-la.
Instando a esperar para ver se o próprio conto dá a resposta:
Criança: Mas, as duas senhoras são de verdade?
Adulto: Vamos avançar um pouco mais para ver se o texto explica…
Adulto: Ah! Sim! Veja: “falavam delas como se existissem”. Mas não existiam.
Induzindo a levantar hipóteses:
Criança (rindo): Um mar de lágrimas?
Pai (rindo também): É uma forma de dizer… O que você acha que quer dizer?
Criança: Que chora?
Pai: Sim, que chora muito, que chora mares.
O que se pode fazer?
Comentar imagens do conto.
(Consultar o modelo de análise de imagens a partir de A receita de Mandrágora).
Como se pode fazê-lo?
Neste conto o ilustrador faz as expressões faciais, os gestos e as posições do corpo típicas das diferentes emoções para nos ajudar a compreender a história.
O adulto pode ajudar a criança a prestar atenção em todos esses detalhes.
Ex.:
Uhh! Marcos parece realmente com raiva: os dentes e os punhos apertados, o rosto vermelho, as sobrancelhas juntas… inclusive saem raios de sua cabeça.
Ex.:
Veja, Marcos ainda está aborrecido. Mas Felipe já sabe que ele logo vai encontrar sua mensagem e o olha de esguelha, sorrindo.
Objetivos
1) Adquirir conceitos e vocabulário.
2) Usar o vocabulário aprendido em frases complexas.
3) Conhecer provérbios, frases feitas e expressões relacionadas com as emoções.
Como se pode fazê-lo?
1.a) Propor a busca de todas as emoções presentes no conto (nomeadas e não nomeadas).
1.b) Ampliar a lista com a ajuda de um adulto.
1.c) Fazer fichas com os nomes de todas as emoções para brincar de ordená-las e classificá-las de diferentes formas (deixar espaço para fazer um desenho posteriormente):
- Agradáveis/desagradáveis.
- Pares opostos.
- Próximas entre elas (com possível gradação de intensidade).
Ex:
MEDO ABORRECIMENTO SATISFAÇÃO
2.a) JOGO: Fazer vários “come-come” (um por emoção).
Em cada compartimento escondido (dobra), colocamos uma palavra para combinar com a emoção escolhida.
Cada jogador dirá uma frase combinando o nome da emoção com a preposição, adjetivo, verbo ou outro nome que recebeu ao levantar a dobra.
Ex. de come-come com:
Arrependimento pode ter:
- 2 preposições (sem e por);
- 2 verbos (guardar e evitar);
- 2 adjetivos (profundo e passageiro);
- 2 substantivos (sensação, aparição).
“Não me deixaram entrar e senti raiva até de meu melhor amigo.”
Raiva pode ter:
- 2 preposições (até e sem);
- 2 verbos (estalar e aplacar);
- 2 adjetivos (cego e cheio);
- 2 substantivos (calma e gesto).
“Para de me encher ou vou estalar de raiva.”
3.a) Buscar as frases feitas e as expressões comuns sobre emoções no conto Os dois irmãos.
- Perder a paciência.
- Desfazer-se em um mar de lágrimas.
- Não sair da cabeça.
3.b) Perguntar e buscar outras expressões, frases feitas e provérbios.
- Quando um não quer, dois não brigam.
- O amor é cego.
- Ter o ânimo nos pés.
- Pisar forte.
3.c) O que diz? O que quer dizer?
Ver pistas sobre metáforas no conto A receita de Mandrágora.
Objetivos
1) Saber como se expressam e como se interpretam as emoções que os demais demonstram (expressão facial, posição do corpo e gestos).
2) Atentar às próprias reações do corpo.
3) Fingir, dissimular ou exagerar.
Como se pode fazê-lo?
1.a) Representar com o corpo (cara, posição, gestos, voz…) cada uma das emoções das fichas anteriores. Se pode fazer como um jogo. Uma criança representa e as demais tratam de adivinhar.
1.b) Descrever, a partir da observação de uma representação, como se mostra uma emoção.
1.c) Acrescentar um desenho (ou colocar uma foto da representação feita) em cada ficha.
Ex:
PENA SURPRESA
2.a) Buscar reações ante as emoções que não são tão visíveis para os demais.
Ex:
Suar as mãos ………………………………………………………. MEDO
Acelerar o pulso ………………………………………………….. ABORRECIMENTO, IRA
Ficar sem ar ……………………………………………………….. SURPRESA, ADMIRAÇÃO
Tremer ……………………………………………………………….. MEDO
Ficar paralisado …………………………………………………. TERROR
Desejo de não olhar nem ver ………………………………… AVERSÃO
Desejos de desaparecer ………………………………………… VERGONHA
Desejo de agredir…………………………………………………. IRA
Desejo de chorar ………………………………………………….. TRISTEZA
Ter uma elevação ………………………………………………… ORGULHO
Sentir dor de barriga ……………………………………………. ANSIEDADE
Necessidade de movimentar-se………………………………. IMPACIÊNCIA
TRISTEZA MEDO ABORRECIMENTO
AVERSÃO VERGONHA SATISFAÇÃO
3.a) Conversar sobre a possibilidade de não mostrar o que se sente, de dissimular e de exagerar.
Se pode começar explicando uma situação.
Ex.:
Em uma festa, manchei a camisa de chocolate. Fiquei com vergonha, mas não queria que os outros soubessem. Por isso, fiz brincadeiras, como se me desse vontade de rir. E com você, já aconteceu algo parecido?
3.b) Perguntar sobre situações em que dissimulamos, fingimos ou exageramos emoções.
Ex.:
Quando é apropriado dissimular? Por quê?
Objetivos
Atentar às situações que causam emoções e relacionar com os pensamentos e desejos.
Como se pode fazê-lo?
Falar sobre o conto e outras situações para analisar as situações que despertam emoções.
PERGUNTAS GERAIS:
Situação: O que aconteceu?
Objetos, animais ou pessoas: O que ou quem te dava… (medo, raiva…)?
Resultados: Como ficou?
Intenções daquele que causa:
Por que acredita que o fez?
A mente daquele que sente a emoção:
O que queria?
O que esperava?
Tinha acontecido algo parecido antes com você?
Pensava que estava bem feito?
Imaginava o que pensariam os outros?
Ex.:
“Marco perdeu a paciência, porque seu irmão estava há três dias jogando com o mesmo brinquedo”.
Você pensa que se Marco não desejasse jogar com o brinquedo de seu irmão teria sentido o mesmo?
Marco tinha uma crença sobre os direitos de cada irmão?
Marco tinha alguma expectativa sobre o que devia acontecer a cada dia?
Ex.:
“Felipe sentiu culpa por ter provocado o aborrecimento de Marco”.
Felipe pensava que tinha feito algo ruim?
Sabia outras formas de comportar-se melhor?
Desagradava-o ver a si mesmo como um mau irmão?
Você já passou por alguma situação parecida?
Objetivos
Ver-se como agente das emoções de outros.
Como se pode fazê-lo?
JOGO DE DESCREVER
Como você faria para…?
Temos dois peões, um de emoções e outro de personagens.
Cada jogador deve girar os dois peões e explicar como faria para…(de acordo com o que a sorte lhe oferece).
Peão de personagens: Peão de emoções:
– Professor – Dar alegria
– Irmão mais velho – Causar atração
– Amigo – Dar medo
– Pai – Provocar surpresa
Ex. de pares possíveis
Fazer uma surpresa – a seu pai.
Causar medo – a seu irmão pequeno.
Causar medo – a seu irmão mais velho.
Não causar aborrecimento – à professora.
Dar uma alegria – a seu amigo.
Causar atração – a um companheiro de classe.
Ex. de explicações possíveis:
“Para fazer uma surpresa ao meu pai, prepararia o café da manhã enquanto ele toma banho e… Tchan!! Já o encontraria na mesa.”
“Para ficar bem com um companheiro de classe, emprestaria minhas coisas a ele, também o convidaria para jogar futebol e lhe mostraria como sou um bom goleiro, mas sem ser petulante.”
Objetivos
Aplicar os conhecimentos às relações.
Como se pode fazê-lo?
Empatia: Colocar-se na pele de outro (ou calçar os sapatos de outro).
Atentar aos sentimentos de outro, imaginá-los, mostrar compreensão.
Atentamos a suas expressões faciais e corporais?
Atentamos à situação em que se encontra?
O que sabemos de suas expectativas, desejos, crenças?
Podemos nos sentir como ele?
Simpatia: Imaginar o que sente o outro e ter sentimentos positivos em relação a ele.
Antipatia: Imaginar o que sente o outro e ter sentimentos negativos em relação a ele.
Tarefa: Terminar as frases e classificar de acordo com o sentimento que nos causa de empatia, simpatia ou de antipatia.
Vejo que sente medo e…
Vejo que está contente e…
Vejo que está orgulhoso e…
Vejo que está aborrecido e…
Parece-me que está triste e…
A vejo raivosa e…
Imagino que deve estar preocupado e…
Ex.:
Simpatia – Vejo que está triste e me dá pena, sinto vontade de consolá-lo.
Antipatia – Vejo que se sente orgulhoso e me dá raiva, já que só ganhou porque teve sorte.
Empatia – O elefante de pelúcia vê Marcos triste e sente empatia: também fica triste.
O elefante de pelúcia vê Marcos triste e sente empatia: também fica triste.