O que se pode fazer?
Considerar o texto do conto junto à criança (lendo ou escutando o narrador).
Prestar atenção à expressão facial da criança e a suas reações para:
- Incluir pausas para realizar comentários e perguntas quando se tem a impressão de que a criança perde o fio da história.
- Considerar e responder às perguntas da criança, personalizando de acordo com as suas necessidades.
- Relacionar os eventos do conto com experiências pessoais da criança.
Como se pode fazê-lo?
1. Gesticular:
Mostrando com movimentos de mãos e braços as qualidades do espaço.
Ex.: Ooooooooh! Que bosque tão grande (abrindo os braços).
Assinalar posições do espaço em relação ao corpo.
Ex.: Mostrar com os braços cruzados ao centro do corpo, abrindo o direito para a direita e nomeando.
2. Repetindo e avaliando.
Ex.: Boa ideia! De cima poderão ver tudo melhor.
3. Respondendo e/ou perguntando.
Aclarando o significado de uma palavra ou locução:
À pergunta:
O que quer dizer?
Pode-se responder com:
um tipo de…; uma maneira de…; diz-se quando…; é o que….
Ou também ampliar com uma analogia.
Ex.:
Criança: O que quer dizer “íngreme”?
Adulto: Diz-se quando há muitas ladeiras.
Propondo uma pergunta sobre as imagens.
Ex.:
Adulto: Íngreme? Olha! Como são estas montanhas?
Relacionando com experiências vividas pela criança.
Ex.:
Adulto: Íngreme? Você se lembra quando queria subir pelas rochas do penhasco? Pois eram muito íngremes.
O que se pode fazer?
Neste conto podemos:
Comentar as imagens e sua relação com o texto.
Como se pode fazê-lo?
Prestar atenção:
1. Às formas de deslocamento das crianças.
(ir andando, ir de bicicleta, trepar, deslizar…)
2. Ao tamanho e a forma dos objetos.
(sinuoso, arqueado, espesso, frondoso…)
3. Aos pontos de referência que a imagem oferece para seguir um percurso.
(pegadas, pelos nos arbustos, latidos distantes, para o oeste…)
4. À cor das imagens e à posição do sol
(nos indica a passagem do dia e como a tarde vai caindo, até que anoiteça)
O que se pode fazer?
Memorizar e recitar o conto.
Como se pode fazê-lo?
Escutar o mesmo conto várias vezes, em dias seguidos.
Como podemos memorizar, recitar, recordar uma lista e controlar seus itens de modo a esgotá-los por completo?
Deste conto escolhemos:
“Você viu um cachorro golden retriever
que se perdeu no bosque?
É médio, dourado,
divertido e brincalhão.”
O que se pode fazer?
Conhecer o espaço a partir do nosso corpo e dos movimentos que realizamos.
Por isso, começamos propondo atividades de conhecimento do corpo.
Como se pode fazê-lo?
- Observar e falar sobre o corpo baseado em livros sobre o corpo.
- Nomear e listar partes do corpo.
As crianças nomeiam partes do corpo e uma criança ou um adulto as escreve.
- Desenhar o corpo.
Ao nomear e representá-lo em duas dimensões, a criança adquire um conhecimento cada vez mais acessível e mais facilmente categorizado.
O que se pode fazer?
Definir espaços, posições e modos de mover-se, frequentemente opostos, a partir do corpo (abrir/fechar; subir/descer; para frente/para trás; rápido/lento; etc.).
Como se pode fazê-lo?
- Nomear e executar movimentos com o corpo sem deslocamento.
Propomos uma atividade em que as crianças movam o corpo sem sair do lugar e nomeiem os movimentos que fazem.
Podem ser partes do corpo.
Ex.:
Podemos abrir e fechar…
os olhos,
a boca,
as mãos,
os braços,
as pernas.
Podemos levantar…
as sobrancelhas,
os braços,
as pernas.
Podemos girar…
a cabeça,
a cintura,
as mãos.
Podemos cruzar…
os dedos,
as pernas.
Podemos mover o corpo todo:
Agachar-se, encolher-se, sentar-se, levantar-se, retorcer-se, estirar-se, etc.
2. Nomear e executar movimentos com o corpo em deslocamento
Existem muitas atividades por meio das quais podemos ajudar as crianças a conceitualizarem os movimentos de deslocamento através do espaço; o modo de se mover, os meios que emprega, a velocidade com que o faz, inclusive, os perigos que implica.
Nas pistas deste conto se pode encontrar a descrição pormenorizada da atividade “Localizar um objeto escondido”.
Aqui propomos que as crianças se desloquem e nomeiem ou expliquem como o fizeram.
Quando não ocorrerem mais opções às crianças, o adulto pode propor:
Andando, saltando, correndo, arrastando, dando tombos, rodando, engatinhando, trepando, deslizando, escalando, nadando, mergulhando, etc.
O adulto comenta as situações e espaços em que se costuma deslocar deste modo.
Ex.:
Oh! Nadar só podemos fazer de conta, porque não estamos na água.
Trepando em uma árvore.
Também pode perguntar.
Ex.:
E por uma ladeira? Como poderíamos descer?
O que se pode fazer?
Prestar atenção e expressar com precisão a forma das coisas (conhecimento epacial).
Como se pode fazê-lo?
1. Reconhecer a forma de objetos cotidianos e estabelecer relações de analogia entre eles e as formas geométricas.
(prato, bola, mesa, sorvete, dado, bacia, cone)
2. Brincar de adivinhar qual objeto está sendo descrito:
a) O adulto descreve usando um vocabulário amplo e preciso:
Nomes de formas geométricas, faces, arestas, espaços interiores, localização de partes e detalhes especiais.
b) A criança descreve e o adulto propicia diálogos com perguntas:
Pode… (abrir, fechar, por coisas dentro, virar de cabeça para baixo)?
Tem arestas?
Etc.
3. Brincar de desenhar a imagem que um companheiro descreve com palavras.
(a criança que descreve está vendo a imagem)
Descrição com palavras.
Descrição com palavras e gestos.
Descrição e esclarecimento de dúvidas e perguntas.
Para fazer bem o desenho as crianças teriam de descrever e perguntar o tamanho, a cor, a situação, etc.
Exemplo de descrição ruim:
Criança 1 descreve o desenho:
Tem um quadrado, embaixo do quadrado tem um triângulo e embaixo um retângulo.
Desenho observado pela criança que está fazendo a descrição:
Desenho que a criança 2 faz a partir da descrição que ouviu:
O que se pode fazer?
Considerar os pontos de referência, a orientação e as distâncias (por onde vamos?).
* Ver também em pistas “O caminho de casa à escola”.
Como se pode fazê-lo?
Jogar, seguindo indicações.
O adulto dá ordens para que a criança possa chegar a um lugar e encontrar um objeto escondido.
Deslocamentos:
Em que direção é preciso se mover.
(para frente, para trás, para a direita, para a esquerda)
Quanto é preciso avançar.
(número e unidade de medida: 3 passos, cinco metros)
(até um ponto de referência: até a mesa, até a porta)
O que se pode fazer?
Aprender a representar o espaço visto de cima, em duas dimensões.
Como se pode fazê-lo?
Observar e comentar diferentes mapas e plantas com suas legendas.
Ensinar alguns símbolos para representar os elementos do espaço dentro de uma casa (porta, janela, mesa) e no exterior (estrada, caminho, trilha, casa, grupo de casas, árvore isolada, ponte).
Jogo: Representação da realidade
Buscar um objeto escondido a partir de um mapa:
pode ser muito simples (uma cruz representando a posição do objeto enterrado na areia);
ou muito mais complexo (uma planta da casa, da escola, etc.).
O que se pode fazer?
Conhecer as convenções culturais e sociais para falar dos grandes espaços.
Como se pode fazê-lo?
1. Aprender os pontos cardeais observando o sol e as sombras em diferentes horas do dia.
2. Aprender o nome da rua, da cidade, do país em que se vive (geografia política próxima).
3. Trabalhar com poesias que tratem da inclusão, e que as crianças criem a sua própria poesia.
Em Paris há uma rua;
nesta rua há uma casa;
nesta casa, há uma escada;
nesta escada, há um quarto;
neste quarto, há uma mesa;
…
Canção Infantil
(G. Perec, Especies de espacios, 1999, Barcelona)